AS ORDENS E A DESORDEM
Não sei o que se passa nos outros países, mas no nosso sei e arrepia-me que nenhum governante tenha tido coragem de repor a lógica. (...) As ordens sobrepõem-se ao governo do Estado, com a total conivência/subserviência dos governantes. Vejamos: em que país é possível um governo definir as regras para a criação de uma universidade, incluindo os currículos dos cursos, a carga horária (créditos), a composição do corpo docente, e depois de tudo cumprido, vem uma associação de profissionais dizer que este e aquele curso não tem validade? Como é possível um Ministério da Educação ficar estático? Quando me chamam incompetente, ou há provas ou é mentira. Para um e para o outro caso tenho solução: ou elimino as minhas incompetêndas ou desminto. O ministro e o Ministério ficam calados e não reagem. Quem cala consente! O lógico é, mal se sabe ou apenas consta, que determinado curso não tem as competências ou nível exigido, intervir para repor as condições iniciais ou fechá-lo. Em Portugal nada disso se passa. Deixa-se às ordens o livre arbítrio de conferir qualidade ou não ao curso. Mas que categoria tem uma ordem, quantos professores e quais, são consultados para essa decisão? Que recomendações são feitas à universidade em causa, para melhorar o curso? Que denúncia/alerta é feita ao Ministério, para verificar a desconformidade? Mas como se isso não bastasse, as próprias escolas públicas,(...), tuteladas pelo Ministério da Educação, são filtradas pelas ordens, e algumas deixadas de fora, privando os seus futuros licenciados de um acesso fácil à profissão. Está tudo subvertido! O Ministério não cuida da qualidade do ensino. As ordens cuidam do acesso às profissões, quando deviam cuidar da qualidade deontológica e técnica, como a profissão é exercida pelos seus membros. As universidades, afastam-se desta responsabilidade. Os alunos e futuros profissionais, calam-se... não vá o diabo tecê-las!... Os próprios professores, arredam as suas responsabilidades e deixam correr os seus discentes de olhos vendados.(...) Soube agora que a Ordem dos Arquitectos tem um problema judicial por afastar alguns licenciados da profissão de arquitectos. A ser assim, algo está a mudar! Vale a pena não desistir! Carlos Alberto Magalhães |
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